Na panela daquele dedo, menino maluquinho
em telhado, esquentei feijão e desfilei céus
ri muito do cozido e mais do trocadilho
No céu da janela, diva vertência sob estes véus
Na panela daquele dedo, menino maluquinho
em telhado, esquentei feijão e desfilei céus
ri muito do cozido e mais do trocadilho
No céu da janela, diva vertência sob estes véus
Simetrias se jogam nos seus passos
naturais ou sim, obrigado, às medidas
Meço a missa da pedra no empório
reitero documentos do tempo inglório
Desmedidas ondas do coração
Morrer um pouco a cada dia
para ter acesso direto à vida
ao renascer pela fonte de luz
em fluxo de rio, entregar cadáveres
máscaras, doenças, monstros
entrega tudo, cristão, ou saia logo da vida!
Às 3h, levantar os sinais, insights
instantes do Inconsciente se manifestar
é uma festa, mano, para o Consciente
Vibrantes minutos mergulham no cipoal do Tempo
Grato por todas as nights, nesse embate ciente
da pedra, do tijolo, dos restos mortais em revivência
Cordas, cascas, grama, joelhos e pés
a árvore acolheu a guitarra/baixo
sob sua copa, sua luz, seus ouvidos/poros
o som surtiu na tarde ou olvidou-se
O amor é hoje, ontem, agora e ancestral
Não tem começo nem fim, nem meio
É vasto, mais do que vãs imaginações
Por que tentar delimitar seu território?
É infinito enquanto urgente, eterno e são
A nave espacial no túnel do tempo
pelo espectro vitral, alvo o geométrico astral
reflexos de aves, spots, círculos, cruzes e rosários
homem imagina alturas, mas tão terrestre, tão terrestre!
Uma escada no ar, que dá para grades de uma prisão
traduzir o olhar que pousa sem ousar revelação.
Dinheiro, doença, saúde, emprego, telefonista
quais são os dados deste momento?
brincar de viver é lançar os dados no cimento
outeiro, presença, alaúde, desapego, leiturista
quais são as datas deste incremento?
As palavras são couros, colas e tesouras de outeiro
flores, fel, adubo, terra, cortes e recortes de solas
Na soleira da porta, vi um homem velho de botas longas
Era meu tio, morto (pergunta ou afirmação) na noite anterior, inteiro
A eternidade estava presente em ouro, prata,
roupas no desterro de vontades tolas, horto
Assim, migrei do solo para o nós, para trás as mortes