Aorta deu folhas vermelhas
A respiração de Deus no peito
Eito da horta
Aorta deu folhas vermelhas
A respiração de Deus no peito
Eito da horta
Quando o silêncio chega, horas de solucionáticas
tudo e nada acontece, tecem cores e formas exibem plásticas
palavras se dissolvem, terno território sem ginásticas
ações se substancializam, neutralizam-se estáticas
no comando, apenas o coração com suas métricas
No neutro de corpo e espírito
sinais e mensagens se captam
desenhos, massas e lençóis se estendem assim
fazem gestos, no estuário desaguam
eu e outro, eus e outros dentro de mim
curam doenças ancestrais
conspiram pela paz como rito
O fogo começou com galhos de pinheiro
fiz um círculo às chamas, com respeito,
feito índio, cajado na mão, lancei
lixos todos, do alto da escada nessa garganta ígnea de cada passo ou cadafalso
minutos depois, o centro da fogueira ficou frio
como nossos corações, a estrutura balançou e caiu em rio
assinei mais um ensaio sobre a arte de queimar para dentro
Na panela daquele dedo, menino maluquinho
em telhado, esquentei feijão e desfilei meus céus
ri muito do meu cozido e mais da mania de trocadilho
Ah, meu Deus, que diva vertência sob estes véus
Simetrias em ação
naturais ou sim, obrigado, às medidas?
Meço a missa da pedra no empório
reitero documentos do tempo inglório
Desmedidas ondas do coração
Morrer um pouco a cada dia
para ter acesso direto à vida
e renascer pela fonte, a luz
em fluxo, entregar todos os cadáveres
as máscaras, as doenças, os eus
entrega tudo, cristão! – digo para meus botões
Às 3h, levantar para os insights
instantes em que o Inconsciente se manifesta
é uma festa para o Consciente
e vibrantes minutos mergulham no cipoal do Tempo
Grato por todas as nights, nesse embate ciente
Cordas, cascas, grama, joelhos e pés
a árvore acolheu a guitarra/baixo
sob sua copa, sua luz, seus ouvidos/poros
o som surtiu na tarde ou olvidou-se
Meu amor é hoje, ontem, agora e ancestral
Não tem começo nem fim, nem meio
É vasto, mais do que minha vã imaginação
não adianta eu tentar delimitar seu território
É infinito enquanto urgente, eterno e são