Pesquei nas águas do meu coração

Às 3 da madrugada, acordei com este sentimento

Era um peixe que nadava em meu coração

Meu pai me ajudava a tirá-lo das águas, mas por que insistir em pescá-lo?

– Vamos apenas olhar, pai!

O peixe nadou em direções que pareciam um mapa

Mapa do tesouro? Tentei me abrir para os sinais

Havia só o brilho das escamas, o olhar anfíbio, a elasticidade líquida 

Ondas azuis cobriam o planeta

E o olhar se fundiu com a estrela

 

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Evocação de território

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A voz vai ao tempo

Mestre do corpo e do espírito

rogar de volta o transpaís ou ultramundo

Ali uma essência mais alta

resgatada do sempre

Quintal desse território 

Coqueiros, sapos e porcos

o urinol sob a rede, asas do pássaro noturno

O sapo ainda pisado hoje, décadas depois

Macio, terno, como bolo frito de tapioca

E meu avô sempre contando suas histórias